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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

A que pecado expia,
Agora, minh'alma.
Que'm noite quente ou fria
Sofre calada.

A que dor se flagela
Dentre tantas outras
- tristezas minhas e delas
Servidas à manjedoura.

A que amor se desfaz
A cada pensar insone
Que - eternamente fugaz
- dorme, sem nome.

A que janela se esconde
A buscar n'outro lado conforto
Sem saber matar sua fome
Desse mundo de funesto desgosto.

Gratia I

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Afeado diletante

Fustigava-me, a tal petulante concubina azulada.
Florida, ungia-me em amores à abóboda celeste.
Mortifica-me ainda cá, nuns versos que acientes.

Idolatrado autor! Comparsa de si, o sôfrego amásio.
Ciente de mentir e afluir a um oceano de apatias vis,
Uma enumeração ríspida dos objetos de sensaborias.

Afagos aos instigados e mendazes versos, finados
Aos trejeitos - aniquilados - que uns pormenores
Quais confins dum só querer, o ermo do poetastro.


T.
Quinta-feira, idos de 27 de dezembro de 2007.