tag:blogger.com,1999:blog-262601982024-03-13T00:38:20.981-03:00Décadence Avec ÉleganceT.http://www.blogger.com/profile/11318626976506401513noreply@blogger.comBlogger241125tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-2342842710469642422021-05-17T09:58:00.002-03:002021-05-17T09:59:01.254-03:00<p>Há beleza. Basta olhar.<br />A beleza basta olhar.<br />A beleza basta ao olhar.<br />Ao olhar a beleza basta.</p><p> </p><p> </p><p>Petrolina, 12 de Maio de 2021 <br /></p>Matheus Santanahttp://www.blogger.com/profile/09798292668971296295noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-66875210866010145952019-03-11T20:22:00.002-03:002019-03-11T20:22:48.286-03:00Seu Damião recebeu uma proposta.<br />
A velha senhora o visitava outra vez.<br />
Mas dessa encontrou as crianças mais famintas<br />
as paredes mais gastas<br />
o coração mais desolado<br />
e a cabeça mais cansada.<br />
<br />
Era muito simples e rápido.<br />
Não haveria dor.<br />
Não havia de haver.<br />
Mais um botão<br />
mais uma explosão<br />
mais um mistério<br />
menos um vivente.<br />
<br />
Então eu entrei,<br />
observei<br />
e percebi.<br />
<br />
Não era Seu Damião,<br />
era um outro seu.<br />
"Obrigado, Seu Damião",<br />
agradeci ao meu carrasco amigo.<br />
<br />
O fogo veio como um fim do mundo<br />
num de fora pra dentro silencioso e seco<br />
não tomou força, minuto nem segundo<br />
só destruiu tudo o que eu tinha pensado.<br />
<br />
"Fez certo",<br />
pensei.<br />
"Fez bem",<br />
retifiquei o pensamento.<br />
<br />
Não há injustiças neste mundo<br />
e aqui estou eu escrevendo estas palavras tristes.<br />
<br />
<br />
<br />
<i>Minha amiga pedra</i>Matheus Santanahttp://www.blogger.com/profile/09798292668971296295noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-78605483558179226372016-07-19T06:48:00.001-03:002016-07-19T06:48:15.168-03:00Uma cabeça<br />
Tem uma cabeça<br />
em cima do telhado<br />
veja só o desmantelo<br />
o corpo não está colado<br />
<br />
O corpo<br />
lá não mais está<br />
como é que foi parar<br />
essa cabeça sozinha<br />
em cima da minha cozinha?<br />
<br />
Não veio<br />
ninguém procurar<br />
a cabeça que se perdeu;<br />
será que estão todos loucos<br />
ou o louco serei eu?<br />
<br />
Não posso<br />
Não vou nada avisar<br />
Se eu digo que tem cabeça<br />
e ela não se avistar<br />
em cima do telhado<br />
[a minha também vai parar<br />
<br />
O jeito<br />
é esperar na minha, ligado<br />
pra que se passa alguém atento<br />
e dá por falta do corpo mequetrefe<br />
não seja assim tão solitário<br />
[o meu decapitado tormento<br />
<br />
<br />
Uma cabeçaMatheus Santanahttp://www.blogger.com/profile/09798292668971296295noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-33658632033162117572016-07-10T11:02:00.004-03:002016-07-10T11:05:54.252-03:00Enquanto eu barro as ladeiras da minha casa<br />
a moça passa<br />
o amor perpassa<br />
por entre os cantos das paredes<br />
por entre as praças<br />
<br />
Que eu moro nu<br />
eu moro mundo<br />
por entre os prantos<br />
por entre os cantos<br />
<br />
Enquanto eu barro as ladeiras da minha casa<br />
eu choro um tanto<br />
eu rio santo<br />
<br />
Que deságua nas mesmas ladeiras<br />
nos mesmos rios<br />
nas mesmas madeiras<br />
<br />
Enquanto eu barro as ladeiras da minha casa<br />
o amor invade<br />
eu também ardo<br />
<br />
Que a vida seca<br />
num descompasso<br />
o infinito<br />
desse percalço<br />
<br />
Enquanto eu barro as ladeiras da minha casaMatheus Santanahttp://www.blogger.com/profile/09798292668971296295noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-61783055999406949462016-04-22T10:02:00.002-03:002016-04-22T10:02:57.200-03:00Quem pintou estas paredes<br />
agora está em uma gaveta<br />
tingida de escuridão.<br />
<br />
Onde a cor da lua não entra<br />
e o chão 'inda mais esfria<br />
a tinta que restou na mão.<br />
<br />
Tanto barulho, tanto grito<br />
que ecoou quando era vivo<br />
agora cala na solidão.<br />
<br />
Sem voz e, como sempre,<br />
sem juízo -- só de rubra cor<br />
cheio o galão.<br />
<br />
<br />
<i>Uma canção desconsolada</i>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-21050441781978027812016-04-02T21:52:00.001-03:002016-04-02T21:52:28.485-03:00Se você quiser me ter<br />me tenha bem devagarinho<br />no escuro ou no silêncio<br />no seu seio com carinho<br /><br />Mas me tenha bem depressa<br />que a noite agora atravessa<br />a espessa luz do dia.<br /><br />Se não quiser esperar<br />pode vir, venha pra já<br />que a dor é o prazer de escutar<br />o cochicho lento das horas<br />demorando a nos passar<br /><br />Me atire no chuveiro<br />com seus raios de cabelos<br />que atiçam meu paladar.<br /><br />Venha com a carne mais molhada<br />de tantos rubros beijos encharcada<br />como o desejo que se arde em tanto tempo<br />desdobrado no covil de meus desalentos<br /><br />Me apague da memória os maus tempos<br />e me queira mesmo como dantes nos queremos<br />e nos queira como sempre nós fizemos.Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-50511564342234435862015-12-12T19:28:00.001-03:002015-12-12T19:28:23.264-03:00Enquanto há gente que chora<br />
enquanto há gente que ri<br />
há gente que demora<br />
há gente bem aí.<br />
<br />
Enquanto há gente que passa<br />
há gente que chega<br />
há gente que vai embora<br />
há gente que praceja.<br />
<br />
Enquanto há gente que morre<br />
há gente que mata<br />
tem gente que escorre<br />
e gente que nem fumaça.<br />
<br />
Enquanto há gente que escuta<br />
há gente que só fala<br />
há gente que sonega<br />
há gente que trespassa.<br />
<br />
Enquanto há gente que cala<br />
há também gente que ouve<br />
há gente que já houve<br />
já gente que há de vir.<br />
<br />
<br />
Enquanto a genteAnonymousnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-83603977249785968742015-11-23T09:19:00.004-03:002015-11-23T09:19:53.925-03:00Versos Inacabados IIVocê está diferente<br />
ou fui eu quem mudou?<br />
Talvez tu ainda sejas a mesma<br />
e eu é que o mesmo já não sou.<br />
<br />
Cansei-me das mal ditas palavras<br />
e dos meus mal lidos versos.Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-18737861979587584792015-11-23T09:18:00.004-03:002015-11-23T09:18:50.141-03:00Versos InacabadosCansei de amar contido no verso<br />
e de para ti exprimir este verbo.<br />
<br />
Já não quero teus carinhos<br />
e teus encantos deixo acabados.<br />
<br />
Que o paraíso de te ter comigo<br />
só durou o tempo da culpa de um pecado.Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-50306151714585048292015-07-27T23:03:00.001-03:002015-07-27T23:03:21.706-03:00Teu descaso no meu peito<br />
é rio que seca devagar<br />
é chuva que veio pra levar<br />
o que restou no meu coração<br />
<br />
entre tantos sorrisos<br />
e tanto abraços<br />
sem nada, sem mágoa<br />
fica apenas o gosto do pecado<br />
<br />
que foi ter te amado<br />
e de você a mim<br />
ter tanto se dado<br />
<br />
que foi ter passado pela vida<br />
como quem não sente a ferida<br />
de tantos ânus rebentados.<br />
<br />
<br />
Uma reflexão póstuma sobre os amores que se esvaemAnonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-23370275859291695052015-05-18T23:15:00.001-03:002015-05-18T23:15:20.831-03:00Nem sei mais por onde ando<br />
que dirá por onde andas tu<br />
Quantas vezes já passei por morrer<br />
quantas hás de ter passado também<br />
Mas se não nos leva a morte<br />
talvez o destino o faça<br />
e nos conduza novamente<br />
um ao encontro do outro<br />
Nem que não seja pra beber aquela velha cachaça<br />
que já não bebo<br />
Nem que não seja pra dar aqueles bons tragos doutrora<br />
Mesmo que seja só pra nos entreolharmos<br />
e<br />
─ sem cruzar os caminhos nem diminuir o passo ─<br />
seguir em frente de volta ao caminho da vida.Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-39195181799895149002013-11-24T01:43:00.002-03:002013-11-24T01:43:55.123-03:00Sou eu me escondendo na calada da noite<br />
da noite calada,<br />
aflita e vadia.<br />
<br />
Sou eu evitando os seres humanos<br />
menos as bocetas<br />
-- que são as mais inumanas<br />
[partes.<br />
<br />
Sou eu escorrendo pelos ecos<br />
mas não há ecos nem nada<br />
nem silêncio.<br />
<br />
São os animais correndo a todo o vapor:<br />
fodendo, matando-se e sendo felizes<br />
enquanto há um céu e olhos para ele.<br />
<br />
São os mesmos erros, os mesmos acertos<br />
e a mesma volta para tudo aquilo<br />
que não se há de -- nem se quer -- escrever.<br />
<br />
Mas não é nada.<br />
Não são nada<br />
nem sou nada.<br />
Só soo.Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-34731074609408681132013-11-01T03:05:00.002-03:002013-11-01T03:05:44.212-03:00Depois do dia, a noite.<br />
A noite depois do dia<br />
transforma as cores, o brilho<br />
e a consciência adia.<br />
<br />
Mais meia hora<br />
mais meio morta<br />
vai-se assim tornando concreta<br />
a ideia que a mente excreta<br />
<br />
nos pulsos, nos pescoços nas veias<br />
nas velhas e cansadas pupilas dilatadas<br />
que não retêm mais o êxtase<br />
-- só a ressaca.<br />
<br />
Depois da noite, o dia<br />
até que a verdade nos separe<br />
do disperso e secreto mundo das ideias<br />
e nos leve de vez ao vazio.<br />
<br />Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-56499421666269999852013-09-19T23:37:00.002-03:002013-09-19T23:37:33.390-03:00A lua cai<br />
das luzes ao meio<br />
arrebenta a bossa nova<br />
e eu serpenteio<br />
por entre essa fossa<br />
que se esvai<br />
em largas doses.<br />
<br />
Do cetim, do léu,<br />
do prazenteiro<br />
amigo rude, infiel,<br />
eu sou alheio.<br />
<br />
A tecnologia toda abduz<br />
qualquer traço de insegurança<br />
que seduz<br />
belas damas<br />
formosas damas<br />
em versos de inspiração<br />
que traz o drama.<br />
<br />
Não sou mais eu que faço<br />
a pura rima<br />
- é o ferro, é a dor, é o aço<br />
é a serpentina<br />
estrada torpe por que caminha<br />
um bêbado em noite enluarada<br />
[ de Petrolina.Anonymousnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-4599855593777420452013-09-15T00:59:00.001-03:002013-09-15T00:59:24.706-03:00Existem letras lindas<br />
e palavras mais belas ainda<br />
quando escritas a duras penas<br />
que enfeitam à alma o poema.<br />
<br />
Existem versos cheios de rimas,<br />
estrofes de beleza mais pura e mais fina<br />
quais quando cantadas de toda a graça<br />
ecoa pelos ares, erva boa.<br />
<br />
Alexandrinos, sonetos e liras.<br />
Metrificados, espaçados e impecáveis.<br />
Embaralhados, confusos e contundentes.<br />
<br />
Qualquer verso, qualquer rima,<br />
qualquer estrofe de qualquer cantoria<br />
é sem ela<br />
<br />
<br />
Qualquer PoesiaAnonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-65373395533437457232013-07-01T18:52:00.001-03:002013-07-19T21:05:38.432-03:00O que será que ele pensa<br />
ao me ver feliz assim?<br />
Será sincero o contentamento<br />
ou morre de ciúmes de mim?<br />
<br />
Quem será que ele vê<br />
ao me ver assim tão bela?<br />
A mesma que esteve em sua cama<br />
ou não sou mais, eu, aquela?<br />
<br />
O que será que sente<br />
um coração tão cruel e rude?<br />
Palpitará ainda seu peito<br />
ou só o meu é que se ilude?<br />
<br />
Se houvessem ainda as horas<br />
e houvesse também o outro caminho<br />
buscaria o aconchego em meu seio<br />
ou viveria esta dúvida sozinho?<br />
<br />
<br />
<i>Dúvida de Mim</i>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-83393210161986069092013-05-03T00:49:00.001-03:002013-05-03T00:49:41.978-03:00Madrugada aflita<br />
a terra grita<br />
avisto os gritos<br />
de guerra frita<br />
<br />
os falos fritos<br />
na madrugada<br />
enluarada<br />
sem sol, sem brava<br />
<br />
aos berros ligos<br />
sem mais alistos<br />
meus sujos grilos<br />
em seus mamilos<br />
<br />
sem mais nem meio<br />
no cerebelo<br />
n'alma do cabelo<br />
por ser pentelho<br />
<br />
não sei q'é isso<br />
sem presunto misto<br />
será que é xisto<br />
q'agora insisto?Anonymousnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-65639463252461009552013-04-24T01:41:00.003-03:002013-04-24T01:41:31.061-03:00Eu sempre entro por você<br />
por estas suas brechas<br />
com que me cega as vistas<br />
já muito desgastadas por não enxergar cousa alguma.<br />
<br />
Entro de novo no nosso passado<br />
percorro todos os vestígios<br />
que são quase nenhum<br />
mas me dão as pistas que prescindo para lembrar você.<br />
<br />
Há quase nada<br />
há muito pouco<br />
há uns segundos<br />
e tudo se esvai de novo como se já não houvessem<br />
<br />
os mesmos livros<br />
as mesmas rimas<br />
os mesmos desencontros<br />
que, eles sim, são sempre os mesmos com quem me encontro.<br />
<br />
Como se 'inda não houvesse<br />
o término<br />
o decrépito<br />
e o insensível prontuário que dita as normas do que já não somos<br />
<br />
já não fazemos<br />
não seremos<br />
nunca fomos<br />
e para sempre hemos de ser.<br />
<br />
As normas dessas coisinhas<br />
do dia a dia e de tudo<br />
que se sabe ter de ser<br />
mas que eu não quero ter que escrever aqui também.<br />
<br />
<br />
<i>Eu sempre entro por você</i>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-15016842677778826342013-04-10T14:26:00.002-03:002013-04-10T14:26:35.835-03:00Calor infernal.<br />
Daquele que corrói as unhas<br />
gastas sobre a mesa<br />
e revoando sob os espasmos de quentes ventos.<br />
<br />
Preciso do dicionário.<br />
Não é mais um livro<br />
mas sim informações soltas<br />
que ecoam por entre o calor da vida.<br />
<br />
E da morte.<br />
Essa que está chegando<br />
mas não se morre hoje<br />
nem amanhã mais o que já se morreu ontem.<br />
<br />
Morreu-se de madrugada.<br />
Durante toda a noite<br />
nos bombardeios à querida cidade<br />
que jaz em paz sob a lua linda e quente.<br />
<br />
<br />
<i>Um Calor Infernal</i>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-36659208199531701922013-04-01T10:39:00.001-03:002013-04-01T10:39:44.056-03:00<br />
Quantas músicas não hei de escrever<br />
até o dia de minha morte<br />
que morrer sem compor música<br />
-- que maldita sorte!<br />
quando o peito é tudo verso<br />
-- é só estrofe.<br />
<br />
As palavras sobre e sob os ventos<br />
que meneiam os cabelos<br />
da menina que só se move por dentro<br />
e assim mesmo<br />
mexe com os olhos e olhares,<br />
mexe com os pulsos e sangue e veias,<br />
mexe com estas palavras.<br />
<br />
As palavras sobre elas mesmas<br />
que se fazem e se desfazem<br />
-- com rimas ou sem.<br />
<br />
Sobre os outros,<br />
sobre nós,<br />
sobre os mesmos.<br />
<br />
Sobre antes,<br />
sobre depois<br />
e sobre agora.<br />
<br />
Faltam-me notas, de certo,<br />
faltam-me as queixas<br />
das gueixas que pousam sobre meu ombro<br />
suas madeixas<br />
e sobre meu colo<br />
suas anáguas.<br />
<br />
<br />
<i>Sobre as Palavras</i>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-61037306832567648062013-02-15T19:54:00.002-03:002013-02-15T19:54:28.477-03:00<br />
Palavra, oh, maldita palavra minha<br />
por que viestes ao mundo?<br />
<br />
Somente a afugentar as vistas alheias<br />
e maltratar aquelas mais desatentas ou sedentas?<br />
<br />
Palavra pérfida e escrita<br />
de quem será toda esta ira<br />
que se desconsola através das letras<br />
e invade ventres e âmagos<br />
[no entanto deixando imaculadas as tetas?<br />
<br />
Bem sabes que não tens nem dó<br />
nem castidade.<br />
<br />
Deitas em qualquer uma das camas<br />
em que há muito nem eu mesmo tenho jazido<br />
És pior que mulher traidora<br />
e 'inda pior que o homem traído.<br />
Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-24029176096407447132012-11-23T23:27:00.000-03:002012-11-23T23:32:16.332-03:00Que é ser visto por outros<br />
se não me vês com as vistas postas<br />
sobre os estábulos em que extravio<br />
as desvairadas ambições d'a vida minha?<br />
<br />
Que é tocar outras peles, beijar outros rostos,<br />
sorrir com outros sorrisos<br />
– quais não o teu –<br />
co'estes dentes que minha pele aspira<br />
[na mordida mais louca?<br />
<br />
Q'é viver tal vida mais corriqueira e mundana<br />
sem correr os teus riscos, delirar nos teus caprichos<br />
e sonhar c'os suspiros teus ao meu ouvido?<br />
<br />
Q'é ter tudo no mundo e as coisas todas<br />
se nem precisando de tudo estava eu<br />
e só precisava mesmo de tua boca?Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-91445219061494170022012-10-01T23:50:00.003-03:002012-10-01T23:50:34.178-03:00Te ver.<br />
Nunca mais te ver.<br />
O que os meus tristes olhos hão de fazer?<br />
Se não mais tua alva pele podem tanger.<br />
<br />
Te ter.<br />
Nunca mais te ter.<br />
Nem deveria, este mancebo, dizer<br />
que não pode - não mais - te possuir<br />
<br />
se foi só de relance<br />
foi só n'um instante<br />
era só de partida<br />
sem volta, só ida.<br />
<br />
E eu ficarei com os mesmos tristes olhos<br />
e longos versos que esperam sofregamente lentos<br />
e ociosos demais por que já não podem cantar<br />
as tuas formosuras de passado sábado à noite.<br />
<br />
Quando o carnaval chegar novamente<br />
estarei eu com a mesma gente<br />
quando a máscara da alegria levantar<br />
mas quando cair você não vai mais estar.<br />
<br />
Não estará com teu plácido seio<br />
em que eu, pueril, sossegava as vistas.<br />
Nem com tuas coxas expostas, quase nua,<br />
às vistas de todos que quisessem ter vista.<br />
<br />
Restarão apenas as cinzas da quarta-feira<br />
para marcar em minha memória a imagem acinzentada<br />
de um amor que não durou<br />
mais que suas chamas permitiram.<br />
<br />
<br />
<i>Te ter? Nunca mais te ter.</i>Anonymousnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-17101756576860246872012-09-22T19:24:00.000-03:002012-09-22T19:24:35.861-03:00O homem é muito mais<br />
aquilo que parece aos outros<br />
do que o quê realmente é<br />
para si mesmo.<br />
<br />
Se a si se faz com muitos<br />
elogios, vaidades e virtudes<br />
e não apetece à frieza da alma<br />
das pessoas que mais o valham<br />
<br />
não vale a estima que tem<br />
de suas cabeças inanimadas<br />
por que vive numa terra sozinho<br />
- vive numa terra do nada.<br />
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<br />
<i>Mórbido filósofo a andar o rabo pelas estradas da vida</i>Anonymousnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-26260198.post-10453594837318206592012-09-03T19:17:00.001-03:002013-08-05T23:14:02.924-03:00Inspiração de coletivo<br />
são teus lábios<br />
em que desço a cada parada,<br />
em que suspiro a cada descida<br />
<br />
são tua boca sinuosa<br />
- mais que as curvas do caminho -<br />
e teus cabelos desgrenhados.<br />
<br />
Inspiração de coletivo<br />
são teus tenros sonhos<br />
que melindras entre um deslize e outro,<br />
entre um cochilo e outro<br />
<br />
entre um passageiro e outro<br />
que no meio de tanta aflição<br />
encontra em teu seio a paz<br />
[que não encontra quando pisa o chão.Anonymousnoreply@blogger.com1