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segunda-feira, 28 de maio de 2007

As Nuvens

Les nuages...
E aqui há um todo palpitante coração
Serpentes que se enroscam
Raízes do egoísmo que brotam
E a nuance do ódio que não se esgota

Uma dúvida no semblante?
A que deus amas, a que diabo serves?
A que fé desvencilhas? A que tom gritais?
Que palavras soam infâmes?

Caído repousando e encantado
Permaneces deitado ante a decadência
Gritai, levantai, ouvi minhas palavras
Tentai permanecer involutário às emoções

Embriaga-te da noite, bebe da lua
Pela face que resplandece na brisa
Senti o veneno dos meus lábios
E não tenhais medo do taciturno lado da noite.

Les nuages... J'aime les nuages.

(T.)

terça-feira, 1 de maio de 2007

Prazer Repugnante

Perdura o momento de tocar-te a pele
Saboreando as curvas do teu corpo
Delineando lentamente com meus dedos
A vontade de saciar minha perversão

Compenetrado em desejos
Perplexo ante a serpente intrépida
Alisando-te e urgindo em movimentos undosos
Adentrando teu sexo

Exonerando-me - Insensato
Minhas pálpebras fecham-se silenciosas
Enquanto meus membros laceram com ferocidade
E o sangue brota em escarros

Simuladamente e involutariamente
Suas mãos trêmulas e frias
Transmitem a morte de sua pureza
Ao tocar-se com irrefutável repugnância

Luto à náusea de ser humano
À pose que se retalha e dilacera em prazer
E ódio - E mentira
Minha luxúria - A sua mortalha

(T.)