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terça-feira, 28 de abril de 2009

Afogue suas máguas hoje em mim, meu bem
Que essas águas que só suas mágoas têm
Tanto me fazem bem que não sei quem sou
Sem esse gozo dentro de ti, feito um ator.

A Bahia me ensinou o amor ao próximo
E o Pernambuco que a Bahia é o melhor negócio
Quando se quer morar em si, em ti ou em mim.

Sorria esse lindo riso aqui pertinho.
Feito um passarinho, faça de mim o seu ninho.
Mas não me cague as idéias, meu bem
Que hoje à noite eu verei as estrelas com você, ou sem.

A Bahia me ensinou quem é melhor
E o Pernambuco que na Bahia eu sempre me acho só
Quando só quero morar em si, em ti ou em mim.

Salive um pouco mais sobre meu corpo pagão
E assim eu poderei te comer à vontade de pão com manteiga,
Sem deixar você cair do lado errado.
Se cair, passo a faca do outro lado.

A Bahia me ensinou em quantas noites se faz um controle remoto
E o Pernambuco que às noites só se serve álcool e ódio
Quando só queria morar em si, em ti ou em mim.

Quando você acordar, lembre-se que foi tudo um engano:
Melhor seria ter executado outro plano
Que se dar e doar a um paralítico moral
E não faça de sua vida algo tão infernal
[quanto a linda noite que experimentamos.

domingo, 26 de abril de 2009

Meio de noite
Todo mundo chapado
Todo mundo sequelado
Todo o mundo pelado.

A pátria mãe percebeu
Qua a puta que a pariu
Foi a puta mãe da natureza,
Mãe de todas as putas.

E nem por isso se sentiu ofendida
A bela mãe de todas as outras
Que nos cercavam, cheias de gargalhadas
E do mel genital mais aprazível que há.

De um modo ou de outro
Não perceberam ou
Talvez o tenham
Que éramos os maiores sugadores
[de vulvas femininas.

sábado, 25 de abril de 2009

A cabeça roda.
Roda o mundo todo,
implorando pelo vaso
mais próximo
[ainda que não o sanitário

À certa altura da noite,
bebendo bile à milanesa
e uma puta sórdida na cabeça.
Oh! Vitalidade. Oh! Modéstia.

As pessoas ficam em casa por que tem medo.
As pessoas vão à rua por que tem medo.
O medo é tão liberto assim por que não me conhece.

Filha da puta de um soneto que não sente medo
Da moléstia das mentes humanas,
parece um ritual da seita satânica.



Amém
Atire-se, meu bem
Antes que eu enlouqueça.
Caia de cara no chão
Antes que o chão desapareça.

Tropece, minha singela puta
Em um pedaço de pedra qualquer
E mostre a todos que passam
Uma fatia de corpo de mulher.

Apareça pelada, cantando ao luar
Essas canções que me canta toda noite
Quando, divinamente, estamos a trepar.

Não finja esconder a dor que sente
Quando o meu membro rijo, quase demente
Faz-se perpassar dentre teu ventre, até tua mente.


Misericórdia é verbo passado

domingo, 19 de abril de 2009

Não digo que a morte seja de todo pura, amigo.
Nem que a sabedoria da beleza está em si, só.
Mas que a maldade está mais na mente da santa
Que no corpo na meretriz, que não é santa mas não mente.

Não creio que a vida seja isso, apenas, o que você diz
Ou que seja algo quimérico de um outro mundo, outros céus.
Sei que para quê sei outro céu mais lindo que esse
Acima de nossas mentes vãs?

Sei que o que escrevo é o vão de um outro vão.
Mas não é em vão que morre em quinze segundos,
No entanto fica soando e soando na mente de um moribundo
As rimas esnobes de uma falsa música, que não é, mas canta.

E canto o mundo assim dessa maneira, do meu canto imundo.
Mas mesmo imundo que seja, meu mundo é um canto verdadeiro:
Canto os céus e as terras que hão aqui, canto as concubinas,
Canto os pobres e canto os ricos, que são de toda sorte, n'um só canto.