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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Senti novamente o frio
desse teu olhar vadio
me pedindo pra ficar
e implorando pra me humilhar

de novo pelo teu charme,
tuas carícias pecaminosas,
esse teu amor arredio
que eu nem sei se existe

mas que ainda finge
com este olhar de criança
que esconde tudo, tudinho,
e ainda pensa que engana.

Mas é a mais pura verdade
que esta falsidade que é tua
e esta mentira que em ti arde
é mais sincera que hipócrita

por que penso em ti
e em tuas pernas, em tua pelve,
quero penetrar-lhe os meios
das pernas, dos pensamentos,

das verdades mentirosas
que me falas enquanto gemes
e fazes isso tudo corretamente
como uma católica puta - que és.

És a mais pura verdade
de toda minha tristeza,
todas minhas pieguices,
minhas declarações babacas

e meus gestos de amor
que terminam sempre
no silêncio de nossa solidão
quando gozamos em vão

um sobre o outro
dependurados no universo
por um fiozinho de cabelo
que insiste em nos avivar

os ânimos, os profanos
sentimentalismos poéticos
que me têm como poeta
e têm a ti como minha musa.


Metapoesia