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sábado, 27 de novembro de 2010

Meu coração sangrando todo o meu corpo
e no peito o gosto amargo do desgosto.
Da esperança que sai de mim e acaba nos outros
tantos rostos que assolam desejos tão pueris.

À toa, não sabem de minhas necessidades.
Que preciso dos ares arredios femininos
e seus mais barulhentos sussurros e silêncios
que, de tão lascivos e castos, são plurais.

Que preciso da bebida dos bares e dos ébrios
pensamentos solitários que me socorrem do nada.
Socorrem-me da falta de estímulos sonoros
e da falta das outras coisas de que careço.

Do silêncio, do abraço, do beijo.
Do silêncio do abraço do beijo
quando tudo de mais lindo que há
está escondido por entre estas palavras.

Brincando comigo do jogo da vida e da morte
feito uma criança traquina a brincar com revólver.
Mas não dispara, acertando-lhe o frágil crânio.
Não nos priva de tanta e toda a sua beleza.

Feito esta criança levada que rodopia
nas deformidades da margem direita
deste texto que a cria do nada,
deste desejo que a minha alma deseja.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Benditos sejam aqueles
que delegam aos céus
os seus mais torpes atos.

Glorificado seja o nome
de quem mente tão bem
que descrê da própria verdade.

Santificadas sejam as mulheres
da vida das avenidas e das esquinas
pois têm em seu galardão
a hoste das impurezas terrenas.

Livrado seja o altíssimo
de atender a todas as súplicas
e renegar a nós os vícios
de nossas mais puras iniquidades.