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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Babélico IV (Quadro de Poemas)


XIII

Tropel

Lá está a Cidade do Salvador;
Aos deleites de saborosa febre.
Mas ultraje seria o lesco-lesco,
Da já tropelia dos salvos irmãos.

Ainda de chuvas penosas aquém,
De travessuras audazes e vis;
Daquela poética que se desfia,
Excitada em quaisquer transtornos.

T.
17 de Junho, 2008.
Às 16h47min.


XIV

Flâmula

Este é o lábaro dos insultuosos!
Dos Folhetins Negros e apaixonados;
Da virtude negligente e nababesca.
E despejar de toda finada liturgia.

Entre os cúmplices do arcaico vinho;
De papiros aguerridos e crestados,
Há ainda toda labareda de outrora,
Pois antegozo é só, fronte à Escuridão.

T.
17 de Junho de 2008.
Às 17h02min.


XV

Virtude Púrpura

Eu embebo meu frontíspício,
De todo meu cônscio decair;
Há - de todos sabores - cá!
Toda esta policromia ardil.

Não por ser de arcaísmo vil,
Ou de modernismo em decúbito,
Mas da Tribo que é por étimo.

T.
17 de Junho de 2008.
Às 17h12min.


XVI

Esconjuro

A biblioteca dos vulpinos;
Fértil de euforias nocivas,
Em que o derruir estilístico,
Habita, enfim, todo alvorecer.

Convescote de sabores mútuos,
No descair do empeno empírico,
A cada desatino que convidativo.

T.
17 de Junho de 2008.
Às 17h28min.
É, meu caro, a vida lhe passou nas frontes
Como um gélido sopro.
Que nem deu pra sentir frio.
Amanhã, sabe-se, não será um belo dia
E todos os que passaram foram melhores que hoje.
Os bons tempos se foram.



Memórias de um defunto

domingo, 22 de junho de 2008

Lindas, as nuvens no céu
Praguejam-me dúvidas.
Aqui, em terra, eu
Cheio de dívidas.

O sol se põe, intransigente
E sem culpa alguma.
Eu me escondo, em minha mente
Com uma condenação nua e crua.

Dormem os médicos, cansados.
Morrem os pacientes, descuidados.
Descuidam-se que viver já dói.

Aparece-me uma alergia contagiosa
Junto a uma melancolia venéfica.
Todos morrem um dia, seu crápula
[tu, vives mais um.