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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Elas me comem.

Encontro-me desgastado de todos os gostos
e dos amores e também dos desgostos
da vida de frivolidades contínuas e desarraigada
do sentido abstrato do inumano e do obsesso.

Nestas frígidas linhas de melancólico texto poético,
a prolixidade de todos os eus vividos em uma vida
se esvai por entre as lixeiras literárias e outros
desprazeres da vida corriqueira que é real.

Num coração obscuro, vadio e vendido,
feito prostituta que dá por prazer e por ter
por entre as pernas mais que alguns colhões,
bate a fagulha sincera do amor cardíaco.

Que não se sente como se sentem em novelas,
nem em bancos ou noutros cantos deste mundo.
Que não se senta em prosa c'outros sentimentos
invejosos, ciumentos e possessivos. Irreal.

O amor regurgitado nestas linhas é expressivamente sincero.
Como as gentilezas corriqueiras: inexistentes.
Como a sensibilidade que há em mais terna alma.
Como todas essas palavras. Como bocetas.
Elas me comem.