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terça-feira, 26 de junho de 2007

Poeta

Filho: torne-se poeta.
Aprenda a desconhecer
o Universo e o Amor.

E sentir.
[dor e prazer]

Esgueirar-se em contradições
Respirar paradoxos
Construir inflexões
E destruir paradigmas

Alucinar-se em ódio
E regozijar-se em amor
Provar da mais condoída amargura
E da mais terna delicadeza
[e não apenas os guardar no escrínio]

Gritar, uivar, gemer
De vontade - TODAS
De tentação - QUAISQUER
De desejo - INTEIRAMENTE
Sem restrição à entrega

Deliciar-se de toques
Mãos, dedos, lábios
Por um único instante: únicos
Prováveis causadores da minha embriaguez
E de meus olhos calados.

Sensações inebriantes
Que me fazem morrer enquanto amo
Falecer em teus braços
Envolto em tua ternura.

Obter, de tal forma,
Aptidão de chorar e sorrir
Demasiado contente, assim como triste,
Em subsequente horror e amor.
Transmutando-se em sentimentos.

O preço dessa sensibilidade, porém,
Em meio aos jardins do exótico
E aos mares do inefável...
É absolutamente inerente à solidão.

(T.)

3 comentários:

Clarissa Santos disse...

"Absolutamente inerente à solidão"

Profundo.
e romantico.
:)

L. Laíra disse...

Muy belo,
gostei muito.

=)

bjo.

Vanessa Urias disse...

=O

É ótimo se achar em palavras. E eu me encontrei nesse poema... =)
Perfeito.

=***