Poesia, amiga minha, recorro-te.
Apanha esse revólver e mata a mim
O eu que é menos eu.
O eu que é eu sem mim.
Caneta, mãe de tantas letras,
Fura-me o coração solução.
Deixe apenas a amargura sem lar
Amparada à minha solidão.
Poeta, filisteu, ressuscita-te.
Não deixe que se vá agora
A inspiração de há meia hora.
Poeta, demônio meu,
Não sei o que há
Sob os versos do meu imperar.
Soneto sem nome - post 70
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Olá, devaneio enamorado do raro...!
Ria-se assim como eu, em braços!
Braços ao ar! Como o sopro raiz
Da flauta quimera, delicadíssima.
E um som todo alheio, apenas som.
É som de tuas pernas a vibrar.
Som de tuas costas delicadas,
Em desatino de descansar, retrair.
Aliar-se o silêncio ao amparo.
Mas que silêncio víbora! Fatal!
Silêncio que me devora, astuto.
Que cante a tua voz, devaneio,
Assim como canta teu pernear;
Eu sou só isso, ódio do vôo.
Do vôo moderno, do vôo antigo.
Do vôo das asas gastas, e novas.
Do vôo amor de felino em veneno.
Do felino que - em qualquer céu;
Eu! Era o meu desatino de ser!
De desconstruir e falsar o mundo.
O meu desatino, e só. Que tens tu?
[Que tens tu com isso, fidalgo?
Suma! Suma de meu vôo anti-vôo.
De meu ser alheio e perdido.
Invadirei-te os olhos e ademais;
Quando furtar-me ao desejo em ser.
Pois que te tocarei o algodão,
Em vezes de ser só um olho teu,
E o outro em mel soar a um verde,
Às gotas da solidão em melindre.
E aí estás tu, personagem facetada.
Num melindre-em-ti que não vês.
Nem te sentes na minha brisa-calma.
Que te avança - segura-te à brasa!
Ah! Zás do solavanco do ser-etílico!
Embriagado, bêbedo, iluminadíssimo
Pela luz em cores de lira vagabunda,
Da vida útil e só útil do todo-qualquer.
E que esvaia ao primeiro trago!
Eu sou todo de cá, do Mundo-Caos.
Sem te saber, sem te sentir;
Sem te tocar os lábios da incógnita.
Tua incógnita desmedida, em pompas.
Na flutuação longa do pavio curto.
No devaneio que é explorar o vil,
Non-sense em teus braços-flautas.
Eu sou a melodia deslizando só.
Só em cada vez - suspiro de tempo.
Da ação-ver do presente lunático,
E aí goteio a perversão da fruta!
Minha fruta-da-rainha-em-Noite,
Dos arbustos infinitos da solidão.
Da onda marítima só eco do avulso.
E dá lá uma ou mais nuvens de fumaça...
A deliberar é deitar-me no Orbe,
Em olhos fechados e pernas esquecidas.
Mãos que Obra, olhos à Mente em fruir,
Cada pedaço que parte do beijo roubado.
Beijo roubado, voz da minha Noite!
Roubado de tua dispersão, e afeto.
Roubado do teu quiçá eterno e perdido.
À flauta que talvez não te seja flauta...
T.
Ao domingo do dez de agosto de 2008.
Às 02h07min.
Ria-se assim como eu, em braços!
Braços ao ar! Como o sopro raiz
Da flauta quimera, delicadíssima.
E um som todo alheio, apenas som.
É som de tuas pernas a vibrar.
Som de tuas costas delicadas,
Em desatino de descansar, retrair.
Aliar-se o silêncio ao amparo.
Mas que silêncio víbora! Fatal!
Silêncio que me devora, astuto.
Que cante a tua voz, devaneio,
Assim como canta teu pernear;
Eu sou só isso, ódio do vôo.
Do vôo moderno, do vôo antigo.
Do vôo das asas gastas, e novas.
Do vôo amor de felino em veneno.
Do felino que - em qualquer céu;
Eu! Era o meu desatino de ser!
De desconstruir e falsar o mundo.
O meu desatino, e só. Que tens tu?
[Que tens tu com isso, fidalgo?
Suma! Suma de meu vôo anti-vôo.
De meu ser alheio e perdido.
Invadirei-te os olhos e ademais;
Quando furtar-me ao desejo em ser.
Pois que te tocarei o algodão,
Em vezes de ser só um olho teu,
E o outro em mel soar a um verde,
Às gotas da solidão em melindre.
E aí estás tu, personagem facetada.
Num melindre-em-ti que não vês.
Nem te sentes na minha brisa-calma.
Que te avança - segura-te à brasa!
Ah! Zás do solavanco do ser-etílico!
Embriagado, bêbedo, iluminadíssimo
Pela luz em cores de lira vagabunda,
Da vida útil e só útil do todo-qualquer.
E que esvaia ao primeiro trago!
Eu sou todo de cá, do Mundo-Caos.
Sem te saber, sem te sentir;
Sem te tocar os lábios da incógnita.
Tua incógnita desmedida, em pompas.
Na flutuação longa do pavio curto.
No devaneio que é explorar o vil,
Non-sense em teus braços-flautas.
Eu sou a melodia deslizando só.
Só em cada vez - suspiro de tempo.
Da ação-ver do presente lunático,
E aí goteio a perversão da fruta!
Minha fruta-da-rainha-em-Noite,
Dos arbustos infinitos da solidão.
Da onda marítima só eco do avulso.
E dá lá uma ou mais nuvens de fumaça...
A deliberar é deitar-me no Orbe,
Em olhos fechados e pernas esquecidas.
Mãos que Obra, olhos à Mente em fruir,
Cada pedaço que parte do beijo roubado.
Beijo roubado, voz da minha Noite!
Roubado de tua dispersão, e afeto.
Roubado do teu quiçá eterno e perdido.
À flauta que talvez não te seja flauta...
T.
Ao domingo do dez de agosto de 2008.
Às 02h07min.
domingo, 3 de agosto de 2008
Aluga-se um coração.
Um coração doente de nascença,
Saudável de doença.
Enjoado de viver,
Louco pelo prazer.
Um coração cansado de política,
Dotado de veia artística.
Com uma aorta etílica
E uma veia sádica.
Um coração assim como os outros,
que bate em ritmo solto.
Desmedido, comedido e remediado.
Junto, solto, agarrado e separado.
Um coração assim bobo e sagaz,
De baixo custo e fugás.
Que duro dure mais alguns anos
Bombeando esse sangue desengano.
E se você quiser locar,
Pode ficar à vontade.
É pegar, levar e ficar.
Depois é morrer de saudade.
Um coração doente de nascença,
Saudável de doença.
Enjoado de viver,
Louco pelo prazer.
Um coração cansado de política,
Dotado de veia artística.
Com uma aorta etílica
E uma veia sádica.
Um coração assim como os outros,
que bate em ritmo solto.
Desmedido, comedido e remediado.
Junto, solto, agarrado e separado.
Um coração assim bobo e sagaz,
De baixo custo e fugás.
Que duro dure mais alguns anos
Bombeando esse sangue desengano.
E se você quiser locar,
Pode ficar à vontade.
É pegar, levar e ficar.
Depois é morrer de saudade.
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