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sábado, 5 de março de 2011

Sinto saudades das palavras
que escrevi, que escrevo
e das que ainda hei de escrever
nos vãos eremitérios de minha vida.

A nostalgia das mortes e desmortes
que se fizeram de todas as minhas noites
não acodem à minha alma
nestes momentos nostálgicos.

São mais profundos e sinceros
os meus sacrílegos e pérfidos
elogios aos tempos passados
de minha vida mundana.

São mais intensos e sinceros
os meus momentos de amores
mais mundanos e profanos
de que um marciano se apraz.

São mais superficiais o meu ego,
minhas preces, minhas sutilezas
e minhas fragilidades amorosas
de que podem ver teus olhos.

Não sou esta pele que tocas ou
esta voz diagonal que invade tua mente.
Sou tais dedos que sentes em teus ventres
e nos ventres dos outros teus amores.

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