Poesia passional
seja elevadíssima ou carnal
começa sempre
na cabeça do pau.
Mas não é como esperma
que expira após o gozo
pois vive eternamente
após esporrada no olho.
Nem é como urina
que começa pela boca
em uma indelicada sina
pelo corpo até a uretra.
Muito pelo contrário:
desenvolve-se trás-pra-frente
fazendo qualquer otário
suspirar como um demente.
Vai-se subindo pelas tripas,
contaminando todo o corpo,
macula um pulmão e depois
fode com o coração.
Tem-se de ser escroto
para suportar a malfazeja
que tortura o corpo todo
e só sai pela cabeça.
De dor, é um processo excessivo
pois mesmo depois de muito tempo
a escrever em tamanho desalento
sempre resta em mente um vestígio.
Poesia Passional
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