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segunda-feira, 1 de abril de 2013


Quantas músicas não hei de escrever
até o dia de minha morte
que morrer sem compor música
-- que maldita sorte!
quando o peito é tudo verso
-- é só estrofe.

As palavras sobre e sob os ventos
que meneiam os cabelos
da menina que só se move por dentro
e assim mesmo
mexe com os olhos e olhares,
mexe com os pulsos e sangue e veias,
mexe com estas palavras.

As palavras sobre elas mesmas
que se fazem e se desfazem
-- com rimas ou sem.

Sobre os outros,
sobre nós,
sobre os mesmos.

Sobre antes,
sobre depois
e sobre agora.

Faltam-me notas, de certo,
faltam-me as queixas
das gueixas que pousam sobre meu ombro
suas madeixas
e sobre meu colo
suas anáguas.


Sobre as Palavras

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