Babélico III (Quadro de Poemas)
IX
Broquéis
Ao desraigar dos meus broquéis
Estive lânguido, qual prostrado
Ao arpoar do teu corpo proseado
Entre versos duma ardil volúpia.
Teu salivar protéico e místico,
Cá, eu, ao sensabor senegalesco
Séptico estático, um parvo autor
Ao escopo de tua alcova devassa.
T. (11/11/2007 - 12h33min)
X
Úlcera
Esta é a úlcera que te infecta,
Dormente, lôbrega vivalma parva
Com introvertidos olhos senis
Duma fátua e ignorante fé.
Qual fedor dos deuses lúdicos
Que te aniquilam o viver, afã
Invernoso: sempiterna estação.
T. (11/11/2007 - 13h01min)
XI
Maldita Poética
Nesta malfadada Poesia, ressoam
Os silvos mais abissais, quais
Récitos fatais em meu esconso
Dilacerado, um fulcro passional.
Versos ébrios - etéreos - de um
Propagador da insensatez d'alvor
Do esvair avante uma Era Inumana.
T. (11/11/2007 - 13h17min)
XII
Vilipêndio
Por ti, não-inesperado algoz
Que ma coragem acalenta em
Tanto Horror quanto o dito
Do Não - dum delicado amour.
Açaimo que te reveste o peito,
Um montante de moral, que nem
Mordisca o cru do intro amar.
T. (11/11/2007 - 13h26min)
4 comentários:
Um dia quando crescer, seu eu tiver 1/10 do teu talento estarei feliz por demais.
Não me canso de dizer que sou fã dos teus versos...
bj
Moço bonito
^^
thacle
Mtas coisas nesses três textos, como diria o estripador, vamos por partes:
bróqueis: referência a cruz e souza e exatamente como um simbolista, diz o que o poema não diz, é preciso ver que as palavras proseado, contrastando com verso, nos versos três e quatro não são metáforas para mulheres e sim outra cousa.
Além, é preciso refletir no porque da escolha do adjetivo senegalesco e do fim do poema com a referência à uma alcova, o poema traz possibilidades além das que sua simples leitura sugere, ótimo, ainda tenho meus grilos com todo esse vocabulário, mas ótimo, para quem se treina e se dá ao estudo do poema, é um objeto poderoso de reflexão e uma crítica forte para quem o interpreta como eu o interpretei.
Úlcero: novamente, diz o que se entender dele, pois a úlcera é uma metafora para qualquer crença que imponha barreiras ao leitor, mto bem planejado novamente, entretanto, por questão de gosto, salvo os deuses lúdicos, antes esses que os sérios.
Maldita poética: Tem um tom profético "era inumana" bem tua cara mesmo, aí discordamos, quanto à forma e estilo, tem a marca do autor, quanto à era inumana, já espus o que penso outras vezes, tenha mais fé, camarada, o amor transcende até o homem e o guia, haverá uma era humana mais humana que essa, espere para ver...
Vilipêndio: Gostei da exposição do contraste entre moral (que não é moral, é essa noção torta e humana de moral) e o amor, que é além, de novo, quanto mais te leio (o que é um prazer enorme) mais vejo que vemos o mesmo mundo por olhos diferentes, por estilos de demonstrá-lo diferente, começo e fim amigo, agora te vejo melhor do que vi quando te li da primeira vez, começo fim amigo...
Deus!
Diogo é um insano! :D~
Eu não sei falar tanta coisa,
é poética demais pra minha cabecinha "prosiana".
Apesar, que me admiro, cada dia mais,
com teu talento.
:D
Parebéns, querido :}
Meu ultra-romântico.
Suscita em mim a idéia de que uma boa pornografia está sempre ligada a uma boa poesia, e a semelhança não se faz apenas da sonoridade contida no interior das palavras, muito embora declare-me amante das rimas - tal qual de boas pornografias e boas poesias.
Portanto, não há melhor hora para apregoar tal maledictu comentário, senão esta que precede minha masturbação - resistirá minha virilidade a três comentários que parecem debochar dos meus vasos sangüíneos penianos?
Meu caro Thacle, desdigo muito do que disse antes e não te interpreto as palavras ou as retinas pois você o faz para mim. Espero que não estejas chateado.
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