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quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Que se me fizesse adentrar
pelo lado de fora do mundo
Diria-lhe tresvarios, insânias.
Meus vocábulos sujos, imundos.

Que se me fizesse suar de ter frio
E grilar de ser varão passado
Diria-lhe loucuras mais abruptas
Quebrando o silêncio do verão inacabado.

E se fizesse-mo gélido e trépido,
tal qual as palavras minhas,
Seria, demais de megera a donzela,
Sublime, minha rainha.

Mas se insiste em faze-lo-mo crepitante,
Balbucio minhas luxúrias desvairadas
Em seus seios excitantes,
Sendo em ti mais que amante, amado
[, estudante.

3 comentários:

Diogo Testa disse...

sim, um pouco do mesmo e um pouco do não...

novamente elogio à linguagem e a certos cuidados com a forma, que segue com o início de parágrafo igual na parte "fria" e muda na parte "quente" justamente com a adversativa "mas"

Ah, tem uma coisa que me ficou, essa coisa de "verão inacabado" o poema tem essa antitese mto grande que é metaforizada na relação calor/frio, mas a indicação a verão é fuga de realidade ou europerismo, pq aqui onde o autor mora, não tem divisão exata das estação, pelo contrário, é sempre mto quente.

Aí vem o contra-argumento. Verão é metafora para falar do calor que o eu-lirico deseja em meio ao frio da musa, mas uma metafora que não corresponde mais à realidade ainda assim seria pertinente? Prefiro deixar a dúvida a dar uma certeza, isso já é pessoal.

Eu gostei desse poema, segue a linha ultra-romantica dos autores bem legal, mas não gostei do estudante no final, acho que foge da linguagem proposta e talvez não precisasse rimar já que crepitante já rima com excitante, assim, poderia terminar em amado, que expressa bem o ultra-romantismo que quer sorver, que olha para si e talz. Só isso, de resto, parábens!

Anônimo disse...

Amor,

Eu adorei o estudante...ninguém precisa entender...eu te amo muito...

Anônimo disse...

Adoro suas luxúrias desvairadas
Em meios seios excitantes...adoro tudo exala de vc...te admiro