Páginas

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Deixe-me cantar-lhe bonitos versos,
inerte mente que as leis da física despreza.
Como podem de figura quão indecente
figurar tão belos pensamentos em minha mente?

Cubra as partes como se não as quisesse
tê-las, por mim, todas desvendadas de tanta farsa.
Vê em mente os pútridos desejos que me assolam
e descobre com alvas mãos esse que te canta.

Macula-me ao rubor de tuas unhas
o pálido sangue que me faz erigir.
Não esquecendo que a circulação fadigada
seria completamente inútil sem ti.

Nua como vários outonos de uma única primavera.
Completamente despida das mãos dos outros,
das mentes alheias, da maldade que te carcome.
Minha, pelas suas duas primeiras noites de ferro
- e sangue.

Nenhum comentário: