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terça-feira, 27 de abril de 2010

O ser humano perfeito
até hoje é uma quimera:
ainda após especiais efeitos
não perfaz o desejo
de quem não o exonera

da contínua batalha
que é travada em vida
e em morte endiabrada
que no caixão se valha
da formosura dos lírios.

Humilde por essência
e não de carência
- a qual muitos possuem.
Seja carência de riqueza,
de amor ou de gentileza

que a nossa alma seduz
no simples invejar dos olhos
ou no desviar dos olhares
àqueles que se encontram
a sós, perdidos, sem lares.

O ser humano perfeito
é perfeito em tudo que faz.
No menor pentear de cabelos
cada fio alheio se esvai
e a mente é fiel companheira

dos pentes que lhe penteiam
as madeixas cerebrais:
cada pensamento em seu lugar
e nenhum dos neurônios deve
qualquer maldade em si abrigar.

O ser humano perfeito tem
um único defeito, apenas,
que nos versos passados
é omitido com labor e pena:
não é perfeito, pois não existe.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse final soou como a mais pura das demagogias baratas. Parece até que eu estou ganhando, pretendo ou vou ganhar alguma merda com isso.