O mundo não liga para as suas dores.
Supere-as e vença.
Ou sofra-as todas e seja derrotado.
Derrotado pelo mundo.
Por este mesmo mundo que te cerca
com tantos sorrisos e boas educações.
Por este mesmo mundo que te come
e joga os ossos aos ladrões.
Aos ladrões famintos que têm fome de tudo
que habitam seu terreno, habitam seu terreiro,
habitam seu interior e habitam todo o resto
deste mundo desmundo.
Não é preciso sorrir, nem sentir alegria
- saiba, seu jovem e cretino inumano.
É preciso ser pisoteado pelos sete céus,
sacaneado por deus e pelo diabo.
Imprescinde se sentir sujo e mal cheiroso,
coberto de tudo que há de mais podre até o pescoço,
mendigando esta mesma esmola arredia
pela qual nos maltratamos e nos desamamos, dia a dia.
Indispensável é fingir que gosta de ser esmurrado
ter os dentes todos da boca arrancados
e o nariz partido em dois, quebrado.
Só assim para se sentir deste mundo.
Deste mundo que te quer como um ladrão,
roendo as migalhas que o deus rico joga ao chão
que são os restos de quem não se rendeu
às duras penas da lei terráquea.
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