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sábado, 2 de abril de 2011

Que porra nenhuma.
Você quer é nádegas.
E são o que eu quero também
além de peitos e bocetas
e além de todo o além.

Você quer é viajar feito louco.
Mas não pode, humano, não.
Por que você é de carne e osso
e não tem as receitas para sair
desse corpo monte de merda insosso.

Só sabe ficar assim, sábio,
assim esbelto e assim culto.
Nunca sentirá a alegria de um puto
ao entrar n'um cabaré e refletir,
entre bebidas e bocetas,
o sentido da vida.

Não sabe dar sentido a nada.
Por que tem tudo: não valem a pena
as garotas românticas que se despem
em cada pêlo excitado de seus corpos
às suas idiossincrasias e seus sensos
de achar que diz algo que preste, de censor.

Pois 'inda digo que mais vale
ter a confiança de todas as piores
doenças venéreas alheias a ter em si
o crédito de ser teu amigo, amigo.
Você é, das desgraças, a maior de todas.


Contenta-te!
[9 de Dezembro de 2010 ~ 22:58h]

2 comentários:

Anônimo disse...

Tive vontade de intitular (ou classificar) este texto como Uma Crítica aos Críticos. Acho que ia acabar me fodendo. Que seja assim, então. Uma Crítica aos Críticos.

José Airton disse...

cada vez eu me identifico mais com tudo aqui...