Escrevo por que a palavra existe
e contenta-me vê-la perpassar
retinas alheias, ferindo os olhos
que descuidam daquilo que se lê.
Também pela insatisfação
do que se escreve pelos mortos
mesmo depois que esses
jazem todos enterrados e calados.
Por ser um tolo - entre tantos e muitos.
Por não querer justificar minhas letras.
Por querer injustiçar as verborreias alheias.
Por amar ter proferidas as minhas próprias.
Escrevo por que as palavras me vêm enquanto defeco
e se esvaem enquanto escrevo, penso, as excreto.
Um prato de comida. Um prato de comida. Um prato de comida.
Um amor maldito. Milhares de noites. Alguns cornos.
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