Páginas

sábado, 6 de outubro de 2007

Babélico II (Quadro de Poemas)


V

Malfadado

Vertem em mim.
Olhares, os quais enrabichados,
Entre deletérios salivares alguns.
Outros mais e nada mais, a mim, enfim.

Delinqüidos olhos. Malgastados.
Más cores de um fiel amor avulso,
Que não meu.
Senhor tal, de só um coração
E mil afogadiços quaisquer.

T. (06/10/07 - 12h27min)


VI

O Passageiro

O Passageiro do mundo.
Um ser alheio a um milhar de outros.
Minaz aventureiro, daquelas
Míticas e ignotas peripécias.
E nós cá, senis entidades.

Dizem dele em avelórios, ávidos
Gabos, entre fuzarcas e imprudências vis.
Cândido, porém, e partículas mais de um axioma
Dos pés, que confrontaram o mundo,
Nus.

T. (06/10/07 - 13h25min)


VII

Vício

A Morte é um vício que nos contempla,
Noite e dia, a égide da dor.
Áspide da estúrdia, anverso inalar
Que sufoca, egresso de ti, de mim,
De uma vivaz agonia vítrea em olhos mortos.

Mordiscando inférteis retóricas,
Em um enlouquecer desenfreado,
No desdouro da desdita de viver.

T. (06/10/07 - 13h54min)


VIII

Utérus

Há luz, perturbante.
Dignifica-se uma insólita perversão.
Pervagando novos ares, promíscuos.
Brados insanos de uma inaudita vida.

Membros desaforados, expurgadores.
Volátil hesitação. Dúbios arremedos.
Monstrengos estranhos a fitar o ato. Enfim,
Eclodiu-se o terrífico ardor universal:
Nasceu.

T. (06/07/10 - 14h37min)

Um comentário:

Clarissa Santos disse...

me sinto o ultimo dos seres.

-

saudades ^^

beijos Tha :*