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domingo, 19 de abril de 2009

Não digo que a morte seja de todo pura, amigo.
Nem que a sabedoria da beleza está em si, só.
Mas que a maldade está mais na mente da santa
Que no corpo na meretriz, que não é santa mas não mente.

Não creio que a vida seja isso, apenas, o que você diz
Ou que seja algo quimérico de um outro mundo, outros céus.
Sei que para quê sei outro céu mais lindo que esse
Acima de nossas mentes vãs?

Sei que o que escrevo é o vão de um outro vão.
Mas não é em vão que morre em quinze segundos,
No entanto fica soando e soando na mente de um moribundo
As rimas esnobes de uma falsa música, que não é, mas canta.

E canto o mundo assim dessa maneira, do meu canto imundo.
Mas mesmo imundo que seja, meu mundo é um canto verdadeiro:
Canto os céus e as terras que hão aqui, canto as concubinas,
Canto os pobres e canto os ricos, que são de toda sorte, n'um só canto.

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