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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O estratagema do universo paira sobre mim:
infâmias refeitas em carícias e gestos.
O tal sentimento se perdeu no mar-sem-fim
- talvez escondido na melodia dos versos.

O piegas d'outrora foge ao libidinoso vadio
e as doces falenas ainda habitam meu coração.
Não mais os restos de alimento presos aos dentes
- como a finda paixão que deixa resquícios espermáticos.

O universo, no entanto, ainda se expande
como quem não tem nada o que ver com isso.
As estrelas nascem, brilham e morrem
mas o sol persiste em sua teimosia luminosa.

E o pulso cardíaco desobece ao instinto vital:
pulsa por bater, pulsa por morrer, por querer.
Mas não pulsa, meu obsequioso ruminador,
não pulsa pela em si razão de viver.

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