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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Não procure o amor aqui. Sentimentos são um vão de almas sem qualquer substância. As palavras, por outro lado, podem salvar todo o corpo em preencherem os vazios espaços que habitam entre as carapaças cinzentas de um cérebro desumano.
Não se sabe o que há de alguém estar fazendo a vagar entre desfluxos bem aventurados de poesia concretista mortal com a mais venérea dose de sexo - esculpida e instaurada entre uma linha e outra. Mas se há algo que não deve estar fazendo é buscando o preenchimento para o que não se pode encher nem com dois litros de esperma.
Não, não busque a dor onde só há a nostálgica melancolia dos tempos mortos. Creiamos nós que ela seja um mero fator psicológico - com um quê de providencial. E a psicologia cá entre esses pecados manuscritos, minha amiga ledora, é puríssima e absoluta. É puerilíssima e a absoluta busca pelo prazer carnal, esse que se mete por entre os teus ventres.
Não. Buscarei não cometer o engano de iniciar todos os parágrafos de tão otimista recato anal - no sentido metafórico da expressão - com a concupiscência de um ou mais NÃO a qualquer estrofe de boa índole. Que, se o cometo, acabo por misturar poesia à prosa e me perder entre as longínquas barreiras que me renegam de ser um são escritor pré-vestíbulo (e você sabe o que eu quero dizer com isso) a um desvairado maníaco em busca de torpe sexo selvagem.
Não. Nem quero mais tornar essas palavras inclassificáveis. Mas apenas indeléveis.

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