Concubina, devora-me uns escrúpulos
Granjear-te é ganhar um gozo maior
Das ânsias vis de que cobiça o meu corpo.
E, incausto, arrancar, exaurindo-me o fôlego,
Toda a safadice de ti.
Mastiga-me, ninfa, engole-me,
Um casmurro dono do prazer que não é meu.
Mundana, rameira, meretriz;
Surrupia-te um restante senso qualquer.
Tresloucada sensação de te morder
O resíduo da casta que se transviou.
O vetusto ônus fariseu.
Hirto, desvairado dum prazer
Eriçado numa cama infectada
Doravante, por um impuro amour.
T. (26/10/2007 - 19h34min)
Um comentário:
palavra é divida, eis-me aqui comentando.
Tenho meus grilos com o amor e principalmente com as formas de amar.
Aí, já que o texto expressa isso, tenho grilos com poesia romântica... coisa minha, dx eu falar desse texto aqui:
Eu identifico nos teus texto uma busca de extremos. Vê-se o ser humano como um amontoado de vícios e virtudes. Não só o ser humano, mas toda unidade temática de seus textos.
Aí vejo q tu buscas sempre os extremos desses dois pontos nos seus poemas, vejo uma tentativa, inclusive na plástica (tendo na minha opinião como elemento mais marcante dessa o vocabulário)de unir esses dois pontos no texto, o extremo da virtude dialogando com o extremo di vício.
Além, tem o fato de você tentar um neoultraromantismo. Buscando os elentos do vício, a maneira como vc pinta a mulher, o vício, o fumo, os sentimentos q vc busca e tudo. Lembra demais Álvarez de Azevedo.
Tipo, tem várias pessoas com uma espécie de tendência neo romântica. Uma que me vem muito forte são os q se dizem góticos e as letras do my chemical romance.
Aí seguinte, serei sincero, buscar os extremos é fuga da realidade, e minha posição em relação ao mundo não é de fuga da realidade, mas de confronte, modificação e aliança com a mesma. Por isso de uma certa forma descordo ideológicamente da sua forma de escrever
Continuarei lendo e comentando, pela qualidade de seus textos e pelo diálogo com uma plástica diferente da minha, mas ainda assim fortemente desacredito eles, desacredito a fuga, a busca de extremos. Para mim, extremo é aceitar o mundo do jeito que ele é para você...
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