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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Sou mesmo um cantador
das coisas do passado.
Escondo no peito um amor
quase infantil, descompassado.

Não faço mais que me pede
minha boemia poética.
E uso todo esse lirismo
para viver mais um instante.

As pedras não amam
e são infinitas.
Serei, entretanto, logo findo
com todo o sentimento que há.

A dor não será deles o último:
restará um punhado de desespero.
Sinto que me virá à última hora
atrelado ao choro, ao riso, ao menosprezo
[de todas as formas de vida.

Um comentário:

Unknown disse...

Excelente poesia! Será que todos os poetas cantam coisas do passado? Será que cantam as coisas que não tiveram e que tiveram, mas se extraviaram? Parece sina, maldição o poeta ser cantor de tanto pesar e se alimentar deliberadamente dessa dor, desse desamor que o oprimem com mais frequência que outros. A poesia é a gota de veneno que nos alimenta e que também nos mata pouco a pouco.

Um abraço!