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domingo, 8 de novembro de 2009

Escrever é tão delicado. Meu coração esfalece em pedaços, e as vontades vão, e não voltam - e desfaleço em minutos. Tão breve o tempo desmonta, não me vale mais escrever assim. Recordo de Rimbaud quase sempre, e de seus dezenove. Ainda mais quando tudo assemelha-se a fim, fim e prazer. São traços desabitados, enquanto desmaio em lembrança de um pequeno beijo. De um amigo, ou enamoradas. Desmancho-me tão fácil e brevemente, eu espalho minha saliva até os pés próximos a mim. Enquanto vem esta vontade de te rasgar o vestido, e destruir a marginalidade de qualquer intuição. Destruir esta falsa modéstia moderna. Esta desgraça de passar seis meses sem escrever. Alguns poucos até ali, e o sangue será deveras visível. Explosão, inundação, overdose. Sexo e nenhum amor, e nenhuma abstinência e todos apaixonados. As confusões dos novos tempos. Solidão e amor, e amargura, e todos os gozos são um só.

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