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terça-feira, 17 de novembro de 2009

Por perfazeres os meus desejos,
dedicar-lhe-ei uma canção à morte antiga.
Aproveitar-me-ei de tal ensejo
atiçando em ti minhas mãos - que a excitam.

Quando saíres do meu relento,
quão glorioso regozijo será teu pranto.
Que mesmo entre uivos e sussurros caninos,
fazer-me-á esquecer da dor com seu sexo de encanto.

Mas quando o culpado vier sondar-me à porta
com seus melindres e ancas descomunais,
desvirgá-lhe-ei as sustenidas róseas da vulva
com o mastro que deus Apolo mo esqueceu de tomar.

Pantera, não sejas para mim tão ingrata.
Por dois acasos esquecestes as mãos
que outr'ora mil gemidos não lhe negava?

Demônio, carrasco vil de minhas noites desventuradas,
por qual porta foi que entrastes
e deixastes acesa a lamparina da licenciosidade
[que há dois segundos jazia apagada?

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