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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Eis que já é chegado o dia da morte
e esse reverbera em mim as mesmas estrofes
com a mesma rima arrastada e doída
de quem prefere rimar o amor a tudo.

Os dias se foram todos de passagem:
os vinte e oito, contados em pêlos
- só com a esperança da tristeza
que se hegemoniza ao chegar do dia trinta.

Os meses ficaram ao meio do caminho, moribundos:
todos os dez dedos das mãos segurando o vazio.
O vazio de tudo. O vazio do mundo. O vazio da palavra.
O oco dos mais raquíticos ós - assolando o estalido.

Impávido: estalo do ressaltar de uma nova vida.
Um novo viver tão incompreensível quanto foram
todas aquelas mais de cento e oitenta e três mil,
novecentos e sessenta horas - findadas agora
[com luxurioso rastro de pólvora.

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