Páginas

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sexta-feira 13 não é dia de azar, nem dia de sorte. É dia de morte. Dia de olhar pro asfalto e sentir o sol mais quente, sair na rua para ser invisível aos olhos de deus, fazer pilhéria da cara dos ateus e ficar em casa coçando o saco até a hora de lembrar das unhas mal feitas do gato preto que se aproximará dos seus testículos n'uma sexta-feira 13 e amaldiçoará o resto do seu dia.
O azar não pode ser observado como sorte? Ou como má sorte? Mas não como falta de sorte. E, se há sorte para tudo, também não há azar para nada - relevem as incoerências do nosso português formal, caro ledor. Ainda mais: se não existe o azar, para que irá existir a sorte? É tudo ilusão: não há fundo de quintal que não seja terreiro, não há evangélico que não não o tenha sido uma outr'ora em sua vida, não há fundo de poço que seja mais perigoso que a mais luxuosa cobertura do vigésimo quinto andar de um edifício.
No entanto - e me contradigo mais uma vez -, existe sexta-feira 13. Como existem todas as outras sextas-feiras. Até quando não há feira, há as sextas, as sestas as cestas e os cestos, incestos. Mas quando há freiras, minhas caríssimas amigas órbitas oculares, há o azar, a sorte e a morte.
E com um pouquinho mais de sorte que os outros dois, há sexo também.

Nenhum comentário: